São José e o Mistério de Deus Connosco
Chegamos ao 4º Domingo do Advento, muito próximos do Natal. A liturgia deixa progressivamente os grandes apelos à conversão para nos colocar diante dos acontecimentos concretos que antecedem o nascimento de Jesus. O Evangelho apresenta-nos hoje a figura discreta e profunda de São José, homem justo, silencioso e obediente à vontade de Deus.
O centro da mensagem é o anúncio feito a José em sonho: o Filho que Maria traz no seu ventre vem do Espírito Santo e deverá chamar-se Jesus, porque salvará o povo dos seus pecados. Este menino é também Emmanuel — “Deus connosco”. O Natal não é apenas o nascimento de uma criança, mas a certeza de que Deus entra na nossa história, caminha connosco e partilha a nossa vida.
José vive um verdadeiro drama interior: confrontado com algo que não compreende totalmente, escolhe confiar em Deus. A sua fé não se traduz em palavras, mas em gestos concretos: acolhe Maria, dá nome ao menino e assume a missão de proteger e cuidar da Sagrada Família. Assim, torna-se colaborador silencioso do plano da salvação.
Este domingo convida-nos a preparar o Natal não apenas com sinais exteriores, mas com um coração disponível, capaz de escutar Deus e responder com confiança, mesmo quando os caminhos não são claros.
Reflexão para os Dias de Hoje
Vivemos tempos marcados pela incerteza, pelo medo do futuro e por muitas decisões difíceis — na família, no trabalho, na Igreja e na sociedade. Como José, muitas vezes somos confrontados com situações que não entendemos plenamente e que nos tiram a segurança.
O 4º Domingo do Advento recorda-nos que Deus não resolve tudo à distância, mas faz-Se presente no meio das fragilidades humanas. Jesus é Emmanuel: Deus que caminha connosco, que entra nas nossas casas, nas nossas preocupações e até nas nossas noites mais confusas.
São José ensina-nos uma fé madura e concreta:
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uma fé que escuta antes de agir;
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uma fé que confia mesmo sem ter todas as respostas;
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uma fé que se traduz em responsabilidade, cuidado e amor fiel.
Hoje, somos convidados a imitar José, acolhendo Deus tal como Ele vem: humilde, silencioso, confiado às nossas mãos. O Natal aproxima-se e pergunta-nos: há espaço no nosso coração para este Deus que quer estar connosco?
Que este Advento nos ajude a viver o Natal não como uma simples tradição, mas como um encontro real com Cristo, que continua a nascer onde há fé, disponibilidade e amor.
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