Solenidade de Todos os Santos
(Apocalipse 7, 2-4.9-14; 1 João 3, 1-3; Mateus 5, 1-12a)
Tema Central: A Santidade é a Vocação Comum a Todos os Filhos de Deus.
1. A Vocação Universal à Santidade:
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A Santidade não é privilégio de um grupo de elite, mas o chamado comum a todos os seres humanos, a vocação de cada batizado.
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A Solenidade celebra a multidão inumerável (Apocalipse) de pessoas de todas as nações, tribos e línguas que já vivem a glória, muitas delas desconhecidas, os “santos da simplicidade e vida discreta”.
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Os santos são pessoas comuns que depositaram a sua confiança na misericórdia divina e se mantiveram fiéis a Cristo, deixando-se formar e transformar por Ele.
2. O Programa de Vida do Santo (As Bem-aventuranças):
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O Evangelho (Mateus 5) apresenta as Bem-aventuranças como o “programa” e o testamento espiritual de Jesus, que Ele mesmo viveu. Elas são o critério para discernir se estamos em conformidade com a vontade de Deus.
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Viver as Bem-aventuranças é um desafio no mundo atual: ser pobre em espírito, manso, pacífico, ter fome e sede de justiça, e suportar perseguições. Jesus, ao contrário da lógica mundana, proclama estes felizes.
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As Bem-aventuranças convidam a uma vida ética que renova as pessoas e transforma a sociedade.
3. A Filiação Divina e o Futuro:
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Somos chamados filhos de Deus (1 João). É o imenso amor de Deus que nos garante essa filiação e não nos abandona.
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A santidade é o caminho para a perfeição que se concretiza no futuro: seremos semelhantes a Ele na ressurreição.
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A celebração é um convite à Comunhão dos Santos, o laço misterioso de solidariedade espiritual que une os fiéis defuntos aos vivos, e um convite a antever a plenitude do Corpo de Cristo para onde caminhamos.
31º Domingo do Tempo Comum – Ano C
(Sabedoria 11, 22-12, 2; 2 Tessalonicenses 1, 11-2, 2; Lucas 19, 1-10 – Zaqueu)
Tema Central: O Amor Universal de Deus, que Transforma e Salva o Pecador.
1. A Essência de Deus é o Amor:
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Por detrás de todo o projeto de Deus está o Seu Amor, que não exclui ninguém.
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A Primeira Leitura (Sabedoria) revela que Deus é clemente e compassivo: Ele ama tudo o que existe e não odeia nada do que fez. A moderação de Deus ao castigar visa a conversão do pecador e não a sua destruição.
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Deus deseja que o homem se afaste do mal, viva e alcance a verdadeira felicidade.
2. A Iniciativa de Jesus e o Encontro com o Pecador:
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A história de Zaqueu (Lucas 19) é o exemplo prático do amor de Deus. Zaqueu, um chefe de publicanos desprezado pela multidão (“pecador público”), é procurado por Jesus.
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Jesus toma a iniciativa: Ele detém-se, olha para Zaqueu, chama-o pelo nome e declara: “Eu hoje devo ficar em tua casa” (vers. 5). Esta “obrigação” resulta do mandato de Deus de oferecer a salvação com urgência.
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Jesus demonstra que a lógica de Deus é diferente da lógica humana: a oferta de salvação não exclui nem marginaliza ninguém, nem mesmo os “malditos” aos olhos da sociedade.
3. O Milagre da Conversão pelo Amor:
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O encontro com Jesus e a experiência do amor de Deus transforma o coração de Zaqueu.
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A conversão de Zaqueu é visível na sua generosidade e justiça: ele promete partilhar os seus bens e restituir quatro vezes mais o que roubou (indo além do exigido pela lei).
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O Amor Precede a Conversão: A generosidade de Zaqueu só acontece depois de ter experimentado o amor de Deus. O amor de Deus se derrama quando o homem ainda é pecador, e é esse amor incondicional que provoca a conversão e a vida nova. Jesus veio “procurar e salvar o que estava perdido”.
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